segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Tão assim, tão saudade.

Ouvindo ISSO

Minha saudade é um complemento de vontade. Minha saudade não tem nome de ninguém, não tem forma. Tem só sentimento.
Saudades do que eu nunca tive, saudades do que eu nunca vivi.
Não é saudade de passado, porque eu vivo tudo até o extremo do sentir. E então a saudade vira só lembrança.
Não falo disso. Falo de saudade do que nunca existiu. Muita gente não acredita nessa saudade. Mas ela existe. Ela é pesada.


Eu confesso, tenho saudades do que nunca aconteceu.
Saudade de um beijo na chuva. Saudade de uma visita inesperada, saudade de uma mensagem no meio do dia. Saudade de café na cama, um flor roubada, um bilhete no meio da roupa. 
Saudade de chá quente quando se esta gripado. Saudade de uma mão pra apertar quando vc esta passando por algo difícil. 
Saudade de uma conversa longa na madruga sem se preocupar com horas. Saudade de admiração, saudade de cuidado, saudade de ciuminho bobo pintado com um bombom de agrado. 
Saudade de comida preferida no delivery. Saudade de respeito, saudade de consideração. Saudade de verdade. Saudade de escolha, de preferência. Saudades de aprender a musica favorita, decorar o livro predileto e memorizar uma frase especial.  Saudade de frio na barriga, saudade de filme no inverno, saudade de geladinho no verão.

Saudade de dividir fardos, de sorrir junto e chorar num abraço. Saudade de “meche na panela enquanto eu corto os temperos”, saudade de fazer cosquinha. Saudade de mordidas, de cafuné no cabelo, saudade de cheiro de lembranças... saudade de ... Saudade de... de sentir saudade.

De sentir inteiro, de doação. De almoço de família em domingo com maionese , macarrão e carne assada. Saudade de riso sem motivo, lágrima de alegria. Saudade de confiança, de companheirismo. Saudade de viagem, de dividir a mala e esquecer o chinelo. Saudade de torcer junto. Saudade de querer bem, de ter pra quem voltar, de ter pra que voltar. Saudade de despedida, de reencontro. 

Saudade de ser vista, saudade de olhar. Saudade de ter em quem pensar quando se deita no travesseiro de noite.
Em nenhum momento isso tem a ver com material. Tem relação direta com sentimento e sinceridade.
As vezes sei que bastaria, as vezes sei que a vida me machucaria. As vezes não sei se consigo... e tão já sei que preciso.


Sei também que tudo me tumultuaria, mas sinceramnete não me sinto preparada pra turbulências novamente. As vezes doi pouco, as vezes guardo a “dor pra digerir em casa”
As vezes parece que não vi, mas eu senti bem ali, bem ai no fundo.

E quando a vida já te machucou um pouquinho, é difícil acreditar ... é difícil segurar só a sua saudade e vontade de algo que não vive aqui. Só se sente aqui.
Eu não quero mais deixar feridas costuradas com pontos de desamor. Não quero mais ter que me levantar, não quero mais cair. Só quero a paz de um sorriso sem motivo.




"tinha dia que não era de sorrir, mas eu sorria. Só pra não dar chance à tristeza, só- por teimosia."


Nenhum comentário:

Postar um comentário