domingo, 18 de maio de 2014

Sobre o vão das palavras

Espaço invisivel. 


Sobre o que faltou dizer... por que pra mim as coisas são tão cíclicas e tão o mesmo padrão que geralmente só eu que fico com minhas palavras. O caminho muda, o resultado...o mesmo.

Sobre comer mais do que podia, clicar onde não devia, não dizer o que queria.
Sumir, pois já sabia como seria.

                                          Estava vendo um filme, sobre desencontros, sobre não estar na hora certa. Tenho uma caixa de desencontros, e nos dias de hoje, não acredito muito mais em encontros. 
Estou acreditando em falhas de destino. 





Meu receio é mesmo sem querer, me contentar com metades.
Tem coisas que se tornam banais quando vc já viveu um pouquinho.









De tudo isso, percebi que sou invisível. E aprendi a sumir quando eu sei o que vai ser. Estou achando todo mundo tão alienado, que as vezes só eu me vejo olhando a cor do céu de manha , e sua facilidade em nunca repetir uma cor e uma composição.



Só eu me vejo calculando a distancia de uma estrela da outra e o formato da lua. Só eu me vejo sentindo o cheiro do caminho onde eu ando. Só eu me vejo reparando no semblante de cada pessoa que passa por mim. 
Só eu me vejo escutando o barulho de um carinho. 
O silencio de uma madrugada.
A textura de um pensamento.
E isso me faz invisível, estar no lugar errado me faz invisível.




As vezes a gente chega em um ponto que lembranças bacanas se tornam fardos. E eu só penso nesses fardos depois que subi a ladeira, por que ter fantasmas saindo do ombro e pulando na sua frente, faz a subida ser mais pesada do que realmente é. Mais pesada do que deveria ser.




O que mais tem tomado meus domingos, é pensar sobre o vão que ficou, do que deveria ser, do que realmente é, ou do que poderia ser. 
Sobre o fato de tudo ser facilmente adiado. 
Sobre o fato das pessoas não conseguirem mais valorizar e nem tomar atitudes, porque todo mundo se esqueceu que por mais igual, sempre tem uma diferença.

Sobre arestas que ficam sobre sorrisos.


Sobre agirem pensando no que estou pensando...mas pera, alguém me perguntou? Não sou fácil de adivinhar assim. E muito menos de fazer suposições. Tenho tantos pensamentos conversando comigo que seria incapaz supor até mesmo meu humor.
Gosto do inesperado. 
Gosto daquele um segundo que muda uma situação.
 Gosto de sentir, de ter, de decidir, de ir. Gosto de ir. 
Gosto mais de caminhos sem volta. 
Voltar pegando pedaços rasgados já foi dolorido de mais. 
Mas ultimamente, estou indo e já tenho que pensar em voltar. Por que dessas historias eu já li... e não há surpresas. Só coisas bizarras de mais, que se eu contar, ninguém acredita.
Ninguém acredita, e as vezes, nem eu mesmo.
Nem mesmo acredito nas coisas que ainda podem ser. Quer seja, seria, será, serão.


O pior de tudo é que eu sei, mas ainda espero. Não devia, mas espero... de um jeito totalmente contraditório. Esperar para dizer não que sim, mas dizer NÃO.


Crooks - tired eyes ( olhos cansados)      I waited, just in case you walked by,
                                                                    I could have caught your eye, 
                                                                                 That evening. 

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